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domingo, 1 de fevereiro de 2015

Papa defende maior valorização do homem que cultiva a terra

Destacando o papel central da agricultura, Francisco ressaltou que não existe humanidade sem o cultivo da terra
Da redação, com Rádio Vaticano
Um convite a reencontrar o amor pela terra como “mãe” e a proposta de custodiar a terra, fazendo aliança com ela, foram o convite e a proposta que o Papa Francisco fez aos dirigentes da Confederação Nacional dos Cultivadores. O encontro com a maior associação de representação e assistência da agricultura italiana, aconteceu neste sábado, 31, por ocasião dos 70 anos da associação.
Dirigindo-se aos cultivadores, o Pontífice usou a palavra “cultivar” para desenvolver sua reflexão, destacando que no trabalho dos agricultores há, efetivamente, o acolhimento do precioso dom da terra. Também sublinhou a valorização no trabalho de homens e mulheres, “chamados a responder com audácia e criatividade ao mandato confiado ao homem de cultivar e custodiar a terra”.
Destacando o papel central da agricultura, Francisco ressaltou que não existe humanidade sem o cultivo da terra. “Não há vida que seja boa sem o alimento que ela produz para os homens e as mulheres de todos os continentes”, disse o Pontífice.
O Papa falou da atividade de cultivar a terra, dedicando generosamente tempo e energias, como uma verdadeira vocação que, segundo ele,  “merece ser reconhecida e adequadamente valorizada, inclusive nas escolhas políticas e econômicas”.
Ao afirmar que se trata de uma atividade que muitas vezes a faz parecer pouco agradável às novas gerações, o Papa reconheceu o maior interesse de pessoas na dedicação à área. Segundo ele, estatísticas registram um crescimento no número de estudantes nas escolas e nos institutos de Agronomia, o que faz prever um aumento de trabalhadores no setor.
Após citar que o Concílio Vaticano II recordou a destinação universal dos bens da terra (Gaudium et spes, 69), o Santo Padre enfatizou que, na realidade, o sistema econômico dominante impede que muitos possam usufruir de tais bens.
“A absolutização das regras do mercado, uma cultura do descarte e do desperdício que, no caso do alimento, tem proporções inaceitáveis, junto a outros fatores, determinam miséria e sofrimento para muitas famílias. Portanto, deve ser profundamente repensado o sistema de produção e de distribuição do alimento. Como nos ensinaram nossos avós: com o pão não se brinca! O pão participa de certo modo da sacralidade da vida humana, e por isso não pode ser tratado somente como uma mercadoria”, afirmou.
O Papa lembrou ainda que o homem é chamado não somente a cultivar a terra, mas também a protegê-la, como menciona o livro do Gênesis. (cf. Gn 2,15). “As duas coisas estão estreitamente ligadas”, ressaltou.
O Papa concluiu fazendo votos de que o trabalho dos cultivadores seja adequadamente considerado e valorizado. Convido-os a darem sempre o primado às instâncias éticas com as quais, como cristãos, enfrentam os problemas e os desafios de suas atividades.

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