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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Igreja não pode ser indiferente aos que sofrem, afirma Papa

Na mensagem enviada ao Brasil, por ocasião da Campanha da Fraternidade 2015, Francisco destaca o compromisso cristão para com o próximo, principalmente os mais pobres
Kelen Galvan
Da redação
papafrancisco_indiferença e egoísmoO Papa Francisco enviou, nesta quarta-feira, 18, uma mensagem aos fiéis do Brasil por ocasião do início da Quaresma e da Campanha da Fraternidade 2015.
O Santo Padre enfatizou que o tempo quaresmal é um período de penitência, oração e caridade, e de identificar-se com Jesus através da sua entrega generosa aos irmãos, sobretudo aos mais necessitados.
Nesse sentido, o Pontífice destacou o tema da campanha deste ano “Fraternidade: Igreja e Sociedade” e enfatizou que, de fato, a Igreja não pode ser indiferente às necessidades daqueles que estão ao seu redor.
“As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo”, afirmou.
Mas, o que fazer? questiona Francisco na mensagem.
O Santo Padre explicou que, durante os 40 dias em que Deus chama o seu povo à conversão, a Campanha da Fraternidade quer ajudar a aprofundar, à luz do Evangelho, o diálogo e a colaboração entre a Igreja e a Sociedade, como serviço de edificação do Reino de Deus, no coração e na vida do povo brasileiro.
Ele destaca que essa contribuição da igreja encontra forma muito concreta na sua Doutrina Social, “com a qual quer assumir evangelicamente e a partir da perspectiva do Reino as tarefas prioritárias que contribuem para a dignificação do ser humano e a trabalhar junto com os demais cidadãos e instituições para o bem do ser humano”.
E isso não é uma tarefa exclusiva das instituições, afirmou o Pontífice. Francisco disse que cada um deve fazer sua parte, começando por sua própria casa e trabalho, com as pessoas com que se relacionam, e de modo concreto, com os mais pobres e necessitados.
“Lembremo-nos que cada cristão e cada comunidade são chamados a ser instrumentos de Deus ao serviço da libertação e promoção dos pobres, para que possam integrar-se plenamente na sociedade; isto supõe estar docilmente atentos, para ouvir o clamor do pobre e socorrê-lo, sobretudo sabendo acolher, porque quando somos generosos acolhendo uma pessoa e partilhamos algo com ela – um pouco de comida, um lugar na nossa casa, o nosso tempo – não ficamos mais pobres, mas enriquecemos”, ressaltou.
Diante disso, o Papa convida cada fiel a examinar sua consciência sobre o compromisso concreto e efetivo de cada um na construção de uma sociedade mais justa, fraterna e pacífica.
Francisco conclui a mensagem recordando que quando Jesus diz: “Eu vim para servir” (cf. Mc 10, 45), Ele ensina aquilo que resume a identidade do cristão: “amar servindo”.
Por fim, o Pontífice fez votos que “o caminho quaresmal deste ano, à luz das propostas da Campanha da Fraternidade, predisponha os corações para a vida nova que Cristo nos oferece, e que a força transformadora que brota da sua Ressurreição alcance a todos em sua dimensão pessoal, familiar, social e cultural e fortaleça em cada coração sentimentos de fraternidade e de viva cooperação”.

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